Durante o nosso trabalho, presenciamos várias histórias, tensas, tristes, engraçadas, horríveis ou constrangedoras. Todas elas marcantes, cada matéria uma lição por menor que seja. É claro que temos nossos privilégios, pertencemos ao 4º poder, seguindo o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. Somos a voz de um povo sofrido, que se cala diante de meras circunstancias e precisa de pessoas como nós para denunciar e apurar fatos escandalizados.
Muitos pensam que o curso mais fácil ou o emprego melhor é o de Jornalistas, nos vêem como oportunistas e fofoqueiros. Mas ninguém vê o que se passa atrás de nossas lentes e bastidores. Aqui se vive pessoas comuns, com sede de vida, com ganância de sabedoria, com raça e atitude para informar pessoas que “não sabem ler”. Raiva, ódio, paixão, personalidade, inteligência, transparência e verdade são nossas ferramentas de trabalho.
Estamos em todos os lugares, seja ele bom ou ruim. Uma sala de redação confortável, ou um sol estupendo, festas ou funerais, chuva ou frio, dia normal e feriados. Há muito não sabemos o que é um bom descanso, poder dormir sem se preocupar em acordar cedo para não deixar a fonte esperando.
Quantos amigos profissionais desta área já foram ameaçados, mortos e torturados? Talvez porque somos gente que fala verdades. Trabalhamos com a mente, desmentimos “verdades”.
Ninguém vê o que se passa em nossos pensamentos, corações. Não podemos demonstrar sentimentos sob nenhuma hipótese, mesmo quando não estamos controlando a lágrima em nossa face. Aprendemos a ser frios.
Às vezes, trabalhamos com pessoas difíceis de relacionar. O difícil acesso a fontes e a pressão da chefia é o que chamamos de “profissão repórter”. As melhores fontes nem sempre querem dar entrevistas, os melhores gravadores as vezes não funcionam. Se nossas anotações foram imprecisas não temos vergonha de perguntar de novo.
Mas, como em qualquer outra profissão, erramos e, às vezes, esses delitos têm o preço de uma vida inteira. Nosso papel é informar, arregaçar as mangas e se tiver que escolher entre um amigo e uma notícia, não tenha dúvida, ficaremos com a notícia. Como se diz o velho ditado “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”.
Agora se você ainda acha que não fazemos nada, o problema já não é nosso. Como dizia o grande músico Frank Zappa, “um repórter de rock é um jornalista que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar, para pessoas que não sabem ler”. Ninguém gosta de assumir que existem pessoas mais inteligentes que nós, não é engraçado?!
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